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A ansiedade e seus monstros

Ser ansiosa é a pior coisa sobre mim. Não apenas por ser impaciente e querer tudo na minha hora e do meu jeito, mas, principalmente, pelos sintomas que tudo isso causa em mim. Quando tenho crises simplesmente não consigo sair da cama, ir ao banheiro já é um desafio. E confesso que morar com outras pessoas que não compreendem o que passo só torna as coisas ainda mais difíceis. Os olhares me julgando, como se fosse uma opção minha me trancar em meu quarto e evitar todo mundo. E esse aperto/sopro/batimento acelerado no peito que mal me deixa respirar. São os piores momentos da minha vida. Eu trocaria tudo para não ter que sentir isso. Já foram tantos remédios, mais de dois anos de tratamento e até hoje não consigo ficar estável. Tudo isso vem de repente, sem que ao menos nada significativo tenha acontecido. Às vezes estou bem, e minutos depois parece que algo começa a me devorar por dentro, cuspir fogo no meu coração, e bater em minha cabeça por dentro. Os pensamentos, independentes, são os piores. Eu me culpo por tudo isso, eu me culpo por não ter forças para fazer minhas obrigações, eu me culpo por não ter chegado aonde já deveria ter chegado. E isso dói, mas é incontrolável. Só consigo ficar ainda mais ansiosa tentando controlar minha ansiedade. Não dá para concentrar em mais nada. Filmes, músicas, nada me acalma. Para quem diz que ansiedade é frescura, agradeça por não ter essa “frescura”. Porque com esse pensamento você não aguentaria passar metade do que pessoas ansiosas passam.

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Atualizado em: Seg 21 Out 2019

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