- Drama
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Traição
O dia estava chegando, o sol já entrava pela janela de meu quarto, agora faltava apenas uma semana para o aniversário de vinte e cinco anos de casados entre eu e meu marido. Oh, tão atencioso e carinhoso comigo! Apesar de faltar sete dias para a grande data, eu já começava a preparar tudo. Festas, presentes e até uma segunda noite de núpcias! Estava tão empolgada! A única coisa que me fazia perder o ânimo era pensar, ou melhor, imaginar, que meu marido pudesse esquecer essa data tão importante depois de vinte e quatro anos juntos, ou pior! Que ele pudese estar com outra! Eu o amava, mas já não tinha certeza se ele sentia o mesmo por mim... Certo dia ele voltou do "trabalho" muito tarde, isso era estranho, até tentei conversar com ele, mas realmente, era impossível do jeito que ele estava. Falou comigo num tom de voz muito grosso, ele nunca falara nesse tom. Ele estava mudando... drasticamente! Os dias se passavam, agora, faltavam dois para o nosso aniversário de casamento. Ele, mais estranho ainda, e eu, mais desconfiada de que ele podia ter outra. Eu estava decidida: desta noite ele não escapava.
A noite chegara, fiquei até de madrugada esperando ele chegar. Quando ouvi o barulho da porta, cruzei os braços.Ele estava caindo de bêbado. Cantava uma música estranha mencionando uma tal de Cátia, e aquele bafo horrível... fui direto ao assunto. Perguntei-lhe o que acontecera e o que estava acontecendo, e ele só disse: "me deixa em paz." Dois dias para o NOSSO dia e o grosso do meu marido me tratando desse jeito. Só havia um jeito de descobrir a verdade: eu iria seguí-lo.
7:30h - 22 de agosto Meu marido acabara de sair de casa, com aquele seu carrão da Citröen, e eu saía atrás dele, com meu fusquinha azul claro. E o idiota não percebeu minha presença! HAHA! Isso não foi engraçado. ¬¬ Por enquanto tudo estava bem, ele foi para o trabalho. Queria estar errada em desconfiar dele. Ele não poderia fazer isso comigo, não depois de tanto tempo juntos... Passou-se cinco horas, ele saiu do trabalho, vi uma mulher entrando no carro dele. Continuei seguindo-o. Pararam num MOTEL, eu fiquei tão irritada, e ao mesmo tempo triste. Por impulso dei um grito "Desgraçado!", ele e sua 'amante' me olharam e eu continuei: "você não poderia ter feito isso comigo!", ele gritou para eu esperar, dizendo que não era nada do que eu estava pensando, claro que não, eu estava vendo! Meu Deus como eu fui idiota! Peguei o carro e saí. Meu marido deixou aquela maldita amante e saiu atrás de mim. Eu estava muito nervosa, ultrapassando todos os sinais vermelhos. Cheguei em casa, subindo as escadas correndo, meu marido continuava a gritar meu nome e eu a fingir que não estava ouvindo. Eu entrei bem rápidoe fechei a porta. Ele entrou, eu aparentava estar calma, fui chegando perto dele, começamos a discutir. Nossa discussão durou a noite toda.
Hoje ERA nosso aniversário de casamento. Eu o peguei com força levando-o até o banheiro. Enfiei a cabeça dele na banheira cheia de água, melhor que no vaso sanitário. Ele começava a sangrar, vi que estava morto. Cortei seus pulsos. Após, o remorço. Comecei a chorar, mas agora, era tarde demais, tinha que arrumar um jeito de esconder o corpo. Fui até o quintal e cavei um buraco bem fundo. Enterrei o corpo dele lá. Limpei tão bem que ninguém desconfiaria de uma humilde dona-de-casa. A única coisa que disse após enterrar o corpo de meu marido foi: "feliz aniversário... meu amor!", e com um tom de voz bastante arrogante. Passaram-se dias, talvez meses, a polícia veio bater aqui em casa, após uma denúncia anônima, perguntando sobre meu marido. Disse que ele foi para Laguna e voltaria daqui a algumas semanas. Perguntaram se podiam revistar a casa. Meu coração começava a querer sair pela boca, mas disse que sim, poderiam olhar. Foram de cômodo em cômodo, e nada. Quando comecei a respirar aliviada, vi outros dois policiais voltando do quintal com o corpo de meu marido. Em seguida, algemaram-me e levaram-me presa. Aquela tal de Cátia, nunca mais foi vista.
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Abraço!
Parabéns