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OTIMISMO
Hoje, eu acordei
Com uma vontade diferente
Vontade de voltar o tempo
Aos meus tempos de criança.
Quero ver novamente o azul antigo do céu
O verde do gramado sem agrotóxico
E sentir o gosto do leite servido
No Parque Infantil onde aprendi
As primeiras letras do alfabeto.
Quero voltar a brincar nas ruas
Nas ruas de terra batida
Onde carros ainda não trafegavam
Somente as carroças de frutas e verduras
Dos verdureiros conhecidos.
As crianças desse meu tempo
Podiam brincar sem medo ou susto
Por toda parte que desejassem.
As meninas do meu tempo de criança
Brincavam de casinha, de amarelinha
Passa-anel, boca-de-forno, e de bola-atrás
E organizavam os batizados de suas bonecas
Sempre acompanhados dos deliciosos bolinhos
que as nossas tias e mães faziam.
Ah! Que delicia era
brincar de pular cordas simples,
ou duplicadas.
Quero voltar ao tempo
Das gostosas brincadeiras do meninos
Brincavam de esconde-esconde
Bafo, bicicletas, e triciclos
Sem falar dos carrinhos de rolimãs
Que invejavam as meninas
Que com eles não permitiam brincar.
Os meninos do meu tempo de criança
Gostavam de empinar seus papagaios
Feitos de folhas de jornais dobradas
Coladas com goma arábica ou massinhas de farinha
Nos tempos modernos,
Eles não são mais feitos assim
Nem seu nome é igual
Hoje são feitos de papel de seda
E seu nome mudou para pipas.
Ah! Como era bom olhar pro céu
Víamos papagaios de todas as formas, e cores.
No meu tempo de criança
As brincadeiras eram sadias
O respeito era exigido
E exercitado por toda a comunidade .
Quero voltar ao tempo
Onde toda a vizinhança se conhecia
E muito se respeitavam.
Um fio da barba de meu avô Francesco
Valia mais que qualquer papel assinado.
Sua palavra era documento reconhecido.
Quero voltar ao tempo
Onde se comprava frutas nas quitandas.
Eram frutas frescas e madurinhas
Seus preços ninguém questionava
Eram sempre justos.
Lembro que
Marcava-se tudo aquilo se comprava
Nas famosas cadernetas de vendas
Onde não se acrescentava um vintem se quer a mais
Não era preciso duvidar do quitandeiro.
No meu tempo de criança
Família era família.
Família era coisa sagrada.
E a benção aos paes, aos avós, e aos tios,
Eram sempre pedida.
E as crianças do meu tempo de criança
por todos eram abençoadas.
A coletividade ajudava-se mutuamente
E a união fazia todos prosperar
Transformando o dia-dia das família
Em dias onde se podia sonhar.
Sonhar com um lugarzinho seguro
Sonhar com um lugarzinho ao sol.
-Hummm... Bons tempos foram aqueles!
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Parabéns.